quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Alegria das palavras

PF/Rita Foelker


Jean, desenhado por Auguste Renoir

A alegria das palavras surge do esforço de descobrir aquelas que expressam nossas opiniões, que traduzem o que sentimos e descrevem nossas necessidades.

O esforço do aprendizado, contudo, nem sempre é recompensado com essa alegria, porque antes de aprender a falar e escrever sobre nossos anseios, somos preenchidos de discursos esvaziados de sentido, de palavras ocas de verdade e o desencanto nos surpreende... sem ter o que declarar!

As palavras robustas, recheadas de verdade das emoções e de conforto, de razoabilidade e entendimento superior, estão fazendo falta. Mesmo as palavras do Mestre Nazareno se tornaram versinhos decorados como troféus de uma erudição fanática e limitada. Um insulto à mensagem espargida em suas entrelinhas como perfume floral agradável e como líquido que chega à secura das almas para ministrar-lhes novas forças e alento.

Eu gostaria que todas as crianças aprendessem a falar e escrever. Que os adultos recebessem essa oportunidade. Mas, antes disso, que elas e eles descobrissem dentro de seus corações o que é mais importante ser dito. O que é mais preciso. O que é essencial.

E que estas ocasiões de apresentação de redações não fossem apenas uma questão de número de palavras, páginas repletas ou de correção ortográfica, mas de encontro com a humanidade e reconhecimento do humano, sob o qual repousa, às vezes esquecida, a vida do espírito.

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