sábado, 17 de março de 2012

A teia da mente II

Por Aymará (Esp.) / Rita Foelker

Nos dias que passam, você próprio pode saber que é um prisioneiro da teia da mente.
Você percebe isso por meio dos pensamentos que o capturam e o engolem.
Eles vêm de um lugar que não se consegue identificar, porque é como se estivessem de tocaia aguardando sua distração para atacar. E então eles agarram você de modo certeiro, tornando-se o centro de sua vida e desequilibrando todo o seu sistema, pois o centro de sua vida era para ser a busca da sua alma e, não, a confusão da sua mente.
E quando você se esquece da busca da sua alma, é que você é pego ou pega.
A vida centralizada na confusão da mente é uma vida estranha, insegura e repleta de sobressaltos que assomam aos pequenos incômodos da experiência na Terra. A vida centrada na busca da alma é sempre serena e consciente da luz que mostra o caminho.
O modo de lidar com pensamentos captores, portanto, é saber, não de onde vem o atacante (o que em geral não é possível nesse estado mental), mas o que distrai você da busca da sua alma.
E o que distrai é a sua distância de si mesmo. Porque uma pessoa pode viver a milhares de milhas de si mesma e ainda sobreviver, porém, quanto mais longe, mais fracos os sinais, mais difícil a conexão. Então você precisa de um modo de reaproximar-se de si mesmo e de retomar a busca da sua alma.
Os antigos têm feito isso pelos meios mais conhecidos de alcançar o transe. Mas de fato não há nenhuma garantia de que o transe o leve para o centro de si mesmo, exceto se você desejar humildemente e se sinceramente pedir ao Grande Espírito (Viracocha, Deus, a força superior e bem supremo a tudo, o poder em que você acredita com o nome pelo qual costuma chamá-lo) que o conduza. Mas então, você abre mão do comando, que geralmente já foi entregue à confusão da mente que domina você e faz você crer que tem o controle. E se coloca sob o controle desse poder supremo.
Essa condição é facilmente reconhecível, porque seu amor preenche todos os espaços do espaço e todos os tempos do tempo e lhe permite a perspectiva de infinitude e imortalidade que somente a alma alcança. Ele lhe dará a sensação de ser um com tudo sem deixar de ser você. Ele lhe mostrará a verdadeira importância ou desimportância do seu ruminar cotidiano de pensamentos.
Só assim você pode se prevenir da distração que o torna presa de seus pensamentos e preocupações. Ele lhe dará a visão do tamanho verdadeiro de cada coisa. Ele poderá até ajudá-lo a cuidar dos seus problemas e preocupações, não como um homúnculo diante do maremoto, mas como um pássaro indômito.
O que o preocupa? O que o captura? A natureza dos pensamentos que o capturam serve para que você aprenda sobre onde é premente que se fortaleça. Sua ação tem uma utilidade.
Então, aprenda a usar a sua mente a seu favor e ela irá servir-lhe de ferramenta e escudo, ferramenta para construir-se como um ser mais elevado e escudo para deixar de ser ferido em suas próprias regiões mais frágeis, enquanto não se torna um ser mais fortalecido.


Leia também: A teia da mente.

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